Teimosamente a chuva insiste em não parar. Não sendo intensa torna-se incómoda. A cada passo em direção ao cume da falésia, o vento aumenta a sua intensidade. Todo o cuidado é pouco. A rocha calcária está laminada. É a prova viva que em tempos idos o mar por ali andou. As ondas do mar batem com estrondo na arriba com vários metros de altitude. O seu som faz-se ecoar por toda a costa. A negritude das nuvens antecipa que a chuva vai continuar a cair. Com cuidado chegámos finalmente a um verdadeiro monumento natural que desde o primeiro momento que o vi o batizei como o Colosso das Astúrias. Apenas algo magno resiste aquele mar e às constantes intempéries que assolam a costa dos principado das Astúrias. Este foi talvez o local de maior magnitude visitado durante o passeio fotográfico.
A poucos kilómetros, em Pria, um glorioso espetáculo natural atrai centenas de pessoas ao local. Os chamados Bufones de Pria causam um efeito de geizer, expelindo a água com violência.
A cereja no topo do bolo são os Acantillados del Infierno. Um penedo em forma de corno é circundado por um mar revolto, sob a vigia intrigante de uma que mais se assemelha a um arco. Ao longe, contemplamos as nuvens baixas que se misturam com a cordilheira montanhosa dos Picos da Europa. A calmaria da montanha funde-se com a paisagem agreste do mar cantábrico.
É na praia de Cuevas del Mar e já com a maré baixa que finalmente acalmamos e podemos respirar fundo. O mar agitado deu agora lugar a uma calmaria que nos apazigua a alma. Visitámos igualmente o famoso El Castro de las Gaviotas. O local faz juz ao nome e um número infindável de gaivotas popula a rocha icónica desta praia que faz lembrar a tromba de um elefante.
Dias antes, esta jornada fotográfica, havia começado na pequena Playa de Portizuelo. Uma rocha a fazer lembrar o capacete de um antigo soldado romano domina a paisagem. A paragem seguinte foi numa das minhas praias favoritas por esta região, a Playa de Campiechos. Uma pequena gruta com duas entradas, serve de moldura natural para o enorme pináculo que é o guardião desta pequena baía. Para o dia seguinte estava reservada a praia mais fotogénica do passeio fotográfico: a Playa de Gueirua, com os seus 5 pináculos no meio do mar, alinhados como exércitos prontos a combater. E porque o silêncio é de ouro, ainda houve tempo para ouvir os murmúrios da Playa del Silêncio e fotografar os magníficos detalhes naturais que populam as suas falésias.
Antes do regresso a Lisboa, ainda houve tempo de uma paragem na Galícia e assim uma visita à icónica e muito procurada Playa de Las Catedrales a fazer juz à fama almejada. Um local a rever com menos gente.
Foram 5 dias intensos e apaixonantes onde visitámos uma das regiões mais bonitas de Espanha. Fica a promessa do regresso em data a agendar para o próximo ano. Para mais informaçãoes sobre este e outros passeios, clica AQUI.