Decorreu no passado fim-de-semana a 7ª edição do Imaginature-Festival de Fotografia de Paisagem em Manteigas. Um evento que acima de tudo celebra a paixão pela fotografia, mas também a amizade e o companheirismo, num município que tão bem sabe receber. É o local e o momento de ver e sentir fotografia no seu todo. Oportunidade de rever amizades antigas e regressar a casa de coração cheio e com um punhado de novos amigos. Este é o verdadeiro espirito deste festival de fotografia e de outros que vão acontecendo um pouco por todo o país.
A organização tem ao longo dos anos elevado o festival a um nível de excelência que apenas está ao alcance de quem está atento às várias vertentes que um evento desta envergadura abraça. Existe uma preocupação quase que obsessiva por todos os detalhes e nada é deixado ao acaso, a começar por garantir a segurança sanitária de todos os presentes, cumprindo as regras da DGS para este tipo de eventos face ao momento pandémico que vivemos ou o detalhe do programa de refeições, distribuido atempadamente por todos os oradores e patrocionadores, indicando as horas, o restaurante e respetiva morada. O mundo é feito de pequenos detalhes.
Há alguns anos que não assistia in loco ao Imaginature-Festival de Fotografia de Paisagem e foi com agrado que encontrei um festival de cara lavada, sem nunca perder de vista a sua verdadeira essência: a paixão pela fotografia. A decisão da organização em optar nesta edição por ter menos oradores tornou, na minha opinião, o festival mais descontraído, com a assistência a estar menos tempo fechada em sala a assistir a apresentações contínuamente e presas aos habituais 25 minutos por orador.
Essa decisão, permitiu que cada palestrante tivesse mais tempo nas suas apresentações, no mínimo 40 minutos, e assim um maior envolvimento com a plateia, sempre bem composta durante o evento, uma vez que a pressão do tempo nunca esteve presente para quem orava. Permitiu igualmente que as saídas para o terreno, tiveram lugar no sábado de manhã, fossem mais longas, havendo assim mais tempo para os entusiastas da fotografia experimentarem as últimas novidades de algumas das marcas que patrocionaram o evento. Além disso, proporcionou o aparecimento de outras iniciativas, como o espaço “Marcas em Palco“, onde existiu o cuidado da organização de dar a palavra às marcas que se fizeram representar.
Outro aspeto sempre relevante em eventos desta natureza é a seleção do painel de oradores. A organização ciente da sua importância e mantendo a bitola de anteriores edições, convidou um conjunto de oradores à altura dos pergaminhos do festival. Tudo començou no “Estuário” do Nuno Cabrita seguida de uma “Terapia” proporcionada pela Inês Leonardo antes de uma visita guiada a “Sul de Mim” da minha autoria. No domingo de manhã o Luís Afonso convidou todos a visitarem os alicerces da sua “Casa” e foi para bem longe de casa que o Duarte Belo nos levou num “Caminhar Oblíquo”. O Ricardo Salvo moderou “Paisagem Aberta: O Novo Legado” antes do Mário Cunha mostrar numa masterclass “A nossa Paisagem – Expectativa, Atmosfera e Técnica”.
Nesta 7ª edição do festival, o projeto The Print Circle, viu a luz do dia em papel sob a forma de uma exposição conjunta de vários autores, sem que antes da inauguração da exposição, o mentor do The Print Circle, o fotógrafo Luís Afonso, explicasse detalhadamente o propósito do projeto. Um dos momentos mais aguardados do festival foi a atribuição e entrega dos prémios da 35ª Edição Concurso de Fotografia de Manteigas que decorreu no final do primeiro dia. Foi um momento de emoções fortes!
Ainda que seja um fator omnipresente, ficou bem vincada a preocupação da organização do festival na forma como pegou em todos os ingredientes que tinha ao seu dispor, oradores, exposições, concurso de fotografia e saídas de campo e cozinhou o alinhamento final do evento, tornando-o dinâmico, pouco monótono e acima de tudo inspirador.
Resumindo, quem no passado fim-de-semana visitou Manteigas e marcou presença no festival, não regressou a casa com as suas expectativas defraudadas.
Não poderia igualmente deixar de assinalar um dos aspetos mais marcantes desta 7ª edição do festival e que não deixou ninguém na plateia indiferente: a presença do presidente da Câmara Municipal de Manteigas, Dr. Flávio Massano, em grande parte do evento. É na minha opinião, o reconhecimento da autarquia para o excelente trabalho que vem sendo realizado anos após ano. O discurso de abertura oficial do festival por parte do Dr. Flávio Massano deve também ser encarado pela organização do Imaginature-Festival de Fotografia de Paisagem como motivador, uma vez que apontou baterias para o futuro, mostrando que a aposta no evento é para manter bem como uma ambição renovada para os próximos anos. Encorajador e motivador, sem dúvida!
Nada neste mundo é obra do acaso e felizmente em Manteigas existe um conjunto de entusiastas que com a sua visão, dedicação e profissionalismo torna o festival uma realidade ano após ano, e já lá vão 7 edições, em prol da comunidade fotográfica e populção em geral. Nem o cansaço acumulado dos dias do festival impede esta equipa fantástica de receber e privar com todos os presentes, sempre com um sorriso e uma palavra de simpatia! Obrigado!
Os nomes dessa fantástica equipa e aos quais deixo o meu profundo agradecimento são o Miguel Serra, Luís Afonso, Patrícia Martins, Carla Carvalho, Afonso Serra e Luís Monteiro.
A edição de 2022 está aí ao virar da esquina e por certo que todos podemos esperar uma 8ª edição de grande nível e onde as gentes de Manteigas nos irão receber, uma vez mais, de braços abertos!
Até para o ano!
*todas as imagens mostradas no artigo são da autoria de Ana Sofia Serra